Pessoas com as mãos uma sobre as outras. Distinção entre os Ambientes: Físico e Social na Pequena Empresa

Distinção entre os Ambientes: Físico e Social na Pequena Empresa (2.1)

Aperto de mão
Aperto de Mão, Ambiente Social.
Neste tópico serão distinguidos os ambientes: físico e o social e vamos caracterizar o que é uma pequena empresa e suas estatísticas.

 

Antes de distinguir ambiente físico e social vamos comentar sobre ambiente de trabalho e, falando em trabalho, como diz Brum (2003) “A palavra trabalho vem do latim tripalium cujo significado é “três paus”, e três paus há muito tempo atrás era um instrumento de tortura.” Como ela conclui, “Talvez esteja ai o motivo pelo qual ainda existam pessoas que encaram o trabalho como sinônimo de tortura”. (p.24).
A questão do trabalho como algo desagradável e tortuoso não vem de pouco tempo, nem mesmo podemos dizer que é culpa da industrialização ou dos últimos séculos visinhos. É claro que as relações desumanas e muitas vezes escravocratas do passado ajudaram a contribuir para este pensamento, mas na verdade até mesmo na Bíblia, no antigo testamento escrito há milênios, temos exemplos deste pensamento: trabalho igual punição ou castigo. Veja em gênesis quando a mulher e homem tendo ofendido a Deus com a desobediência ao “comer do fruto proibido,” como uma das “punições” de Deus, passa a ter que trabalhar o solo: “com sofrimentos dele te nutrirás, todos os dias de tua vida… com o suor do teu rosto comerás o teu pão…”
 
Porém, hoje em dia, vemos que esta ideia vem gradativamente modificando-se, e muitos já vêem o trabalho como algo prazeroso e uma fonte de crescimento pessoal, até mesmo uma fonte de felicidade. Precisamos lembrar que passamos a maior parte do nosso tempo, em quanto estamos acordados, dentro de nosso “ambiente de trabalho”, seja ele onde for, se estamos trabalhando estamos em nosso ambiente de trabalho. Por isso é importantíssima a busca da felicidade no trabalho e tendo a possibilidade de um ambiente agradável, tudo será mais produtivo para a empresa, para nossos colegas, clientes internos, e externos e evidentemente para nós mesmos.
Veremos mais à frente, no próximo capítulo, que a busca desta felicidade está dividida entre a empresa e as pessoas que a compõem, sendo ambos responsáveis por este objetivo comum.
 
Vamos distinguir o ambiente de trabalho em dois níveis: o físico e o social. Entendendo-se como físico as instalações, os móveis e utensílios, a moldura do ambiente, ou seja a arrumação e a localização dos equipamentos, os tempos e movimentos necessários para se locomover ou comunicar-se no ambiente, tanto quanto o estoque ou material de insumo. Aqui podemos também mencionar, entre outras questões, as cores visualizadas no ambiente, os odores sentidos, sons ouvidos, objetos que tocamos, alimentos que consumimos, além de diversos fatores que podem ser identificados por nossos cinco sentidos. É bom lembrar que o marketing atua nos sentidos e sensibilidade das pessoas, e da mesma forma para o marketing interno não pode ser desconsiderado. À frente comentaremos os conceitos de marketing e marketing interno.
 
Quanto ao ambiente social a questão é muito mais complexa pois aqui teremos fatores psicológicos e normalmente intangíveis. Cada pessoa vê o ambiente que o cerca, as outras pessoas e o mundo, de uma maneira. E muitas vezes de forma totalmente particular e individualizada. Nosso estudo baseia-se em outros autores, em nossa experiência, e na pesquisa de campo que fizemos. Entraremos nas questões da liderança, das relações interpessoais e intrapessoais, das questões que levam à motivação, da inteligência emocional e inteligência espiritual no trabalho e por fim a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Nosso principal foco de pesquisa se deu neste ambiente social que nos parece mais complexo, mas é o principal definidor de influências nas empresas e principalmente nas pequenas empresas onde também está nosso principal objetivo.
 
No capítulo III comentamos com ênfase as questões sociais e as influências nas empresas, fazemos também uma explanação sobre o ambiente físico, incluindo evidentemente o marketing interno.
2.1. Pequenas Empresas
Vamos caracterizar o que são pequenas empresas e quais são as suas estatísticas. Antes queremos fazer um pequeno comentário. Estuda-se muito mais casos de grandes empresas e, principalmente de empresas líderes no mercado, porém a realidade é que a imensa maioria das empresas no Brasil são: médias, pequenas, e microempresas. Na verdade não ocorre isto só no Brasil, mas em todo o mundo capitalista democrático.
 

São poucos os casos de pequenas empresas estudados, mas alguns exemplos não menos nobres, de cases de empresas pequenas poderiam ter mais ênfase. Existem bons casos que são de micros empresários e até mesmo de camelôs ou ambulantes. Como exemplo poderíamos citar o caso do camelô David Mendonça Porter, que de sua barraca de balas, doces, biscoitos e guloseimas do centro da cidade do Rio de Janeiro passou a dar palestras, e é entrevistado em várias mídias. O Empreendedor, faz acontecer, ele hoje cobra entre R$ 5.000,00 e R$ 8.000,00 por seus encontros. Como ele mesmo diz: “eu nem sabia o que era marketing.” Na verdade o empreendedor é um “marketeiro” autodidata. Entre alguns exemplos de suas estratégias de marketing e técnicas podemos citar:

Se o freguês do David não encontra o que deseja, ganha 50% de desconto na compra de um “genérico.”

Os 5 mil clientes cadastrados tem direito a um presente no dia do aniversário.

Promoções criativas como: “quando o sino faz din-don, o cliente ganha um bom-bom!” onde distribui doces aos pedestres.
Espaço segmentado na banca: Mezanino diet para doces dietéticos; Mezanino “engordiet” para os que não se preocupam com calorias.
Possui também serviços como: call center, delivery, drive thru e vendas on line.
Um lema: Energia positiva chama energia positiva.
 “Eu mantenho qualidade e excelência da minha banca de camelô, apesar de ficar fora todo o mês dando palestras, através de treinamento, motivação e gratificação. Meus seis empregados recebem 10% do valor das minhas palestras.”
Um dos lemas do David Porte e que ele recomenda: “lidar com as pessoas pode ser o melhor recurso em tempos tão competitivos” e “para superar obstáculos, em qualquer atividade, devemos ter ousadia, perseverança e garra”. Conclui o mestre autodidata.
 
Como vimos, este é um bom exemplo de micro empresário com sucesso, e que entende de marketing mais que muitos grandes empresários. Outros exemplos poderiam ser dados como a de uma ex faxineira que monta sua barraca nas praias do Rio de Janeiro, jovem senhora com uma simpatia contagiante vende seus refrigerantes, “passadinhas de protetor solar”, aluguel de barracas etc. Ela faz isto como poucos. Fideliza os clientes com seu atendimento personalizado e uma comunicação implacável.
 
Poderíamos também ilustrar com exemplos de alguns empresários bem sucedidos no mundo dos negócios que começaram pequenos e se tornaram homens de negócio muito bem sucedidos. Exemplo deste fato pode ser o conhecidíssimo apresentador e empresário Silvio Santos, que começa no Rio de Janeiro como camelô, e se transforma em um dos empresários mais bem sucedidos do Brasil.
 
Outro Exemplo é O Boticário que surge em Curitiba como uma pequena farmácia de manipulação, e vem crescendo e ampliando seus negócios pelo mundo afora, com uma imensa rede de franqueados, sendo uma das maiores franquias do Brasil.
A cada ano surgem no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo milhares de novos empreendedores que abrem suas empresas. O fato real é que a grande maioria destas pessoas, não sabendo nem de longe o que é uma pequena empresa, abrem seus negócios pensando: “agora estou de vida boa, vou trabalhar quando eu quiser, no horário que quiser, não tenho mais patrão para me perturbar, ‘encher meu saco’ nem preciso seguir as ordens de ninguém, sou dono do meu próprio negócio”.
 
Estas pessoas, com raríssimas exceções, “quebram” a empresa no primeiro ano. Outros ainda que não tenham este pensamento errôneo, fecham suas empresas por não terem um mínimo de conhecimentos de administração ou marketing. Conhecimentos fundamentais para se ter um negócio, ainda que sejam conhecimentos empíricos ou auto didáticos. Outros ainda vêm a falir a empresa por causa de problemas econômicos referentes à própria economia do país, e por não terem conseguido se adaptar às novas realidades que vem surgindo a cada ano, mês ou até diariamente.
É necessário um acompanhamento constante do nosso negócio e como um camaleão ir se adequando ao ambiente, melhor ainda é quando conseguimos com uma visão bem apurada prever e identificar novos entrantes na economia e no mercado.
 

Ao contrário, outras pessoas de maneira totalmente majestosa, como citamos acima, procuram fazer as coisas acontecerem, não esperam acontecer, eles através de seus diferenciais competitivos e de sua energia positiva e dedicação, muitas vezes exaustiva, fazem a diferença. E muitos destes crescem e tornam-se grandes empresários. É necessário também lembrarmos da necessidade de investimentos, e investimento não é só dinheiro, é também tempo, meditação e dedicação.

Abraços do Benito Pepe

 
 

Referência Bibliográfica


BRUM, Analisa de Medeiros. Respirando endomarketing. 2.ed. Porto Alegre: L&PM, 2003.
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Cássio Lautert da Rosa
14 anos atrás

Boa tarde professor, estou começando meus negócios em uma micro empresa de exportação, gostaria de saber se você faz consultoria? se sim, quanto cobra?

Benito Pepe
14 anos atrás

Olá Cássio, se você está interessado em consultoria para empresas de exportação infelizmente não é minha área de atuação, trabalho para pequenas empresas, mas na área de treinamento de pessoal, e administração em geral, mas não assuntos ligados a exportação e nem importação.

Abraço, Benito Pepe

[…] esquecida: somos nós que fazemos o Ambiente de Trabalho. É claro e óbvio que, quando falamos do Ambiente Social, nós influímos no seu “Status”, ou seja, nós o construímos. E isso se passa não só pela […]

jao pedro rodrigues
12 anos atrás

e gente achei bom mais falta mais Distinção entre o Ambiente Social

12 anos atrás

Olá João, obrigado por teu comentário e contribuição! É isso mesmo! Vou tentar colaborar um pouquinho mais dizendo que, em primeiro lugar, a distinção cátedra é o Ambiente Físico é um e o Social é outro. Muito bem, mas o que precisamos lembrar é que cada pessoa se comporta de uma maneira especial de acordo com o ambiente físico/social em que ela esteja inserida, por exemplo, se você estiver na praia, provavelmente você estará com trajes de banho e/ou roupas mais frescas pertinentes àquele ambiente. Se você estiver em um casamento de luxo, você estará com outros trajes e provavelmente se comportará de uma maneira diferente daquela quando esteve na praia. Da mesmíssima maneira, não só você o faz assim, mas a maioria das pessoas, dessa forma teremos um ambiente social refletindo o ambiente físico, entende?

Então o ambiente se distingue entre o físico e o social e este por sua vez se comporta de acordo com aquele. É isso! Espere ter contribuído. Se não esteja à vontade para contra argumentar e colaborar com o tema, ok? Fico muito grato mesmo!

Abraços do Benito Pepe

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