Pessoas brincando no Carnaval. O que é Carnaval, qual é a origem do Carnaval

O que é Carnaval, qual é a origem do Carnaval?

Texto Atualizado em 2024…

O que é Carnaval e qual é a sua origem?

Há muita controvérsia quando se fala em carnaval, dizem haver apologias obscuras e de origem pagã, outros só veem uma festa como outra qualquer. Bem, vamos discorrer um pouco sobre este tema historicamente até os dias de hoje; o que é Carnaval e qual é a origem do Carnaval?
A Festa mais popular no Brasil 

O carnaval é uma das festas mais populares do Brasil para não se dizer a maior de todas. Ocorrem diversas manifestações por todo o país com características particulares. Na Bahia por exemplo há os famosos, e agora internacionais, “Trio-elétricos”. Em Pernambuco e região o “Frevo”. No Rio de Janeiro ocorre o conhecido internacionalmente desfile das escolas de Samba apresentando o maior show do mundo. E essa festa não ocorre só no Brasil mas em diversos países.

O momento mais forte são os 3 dias que precedem a Quaresma, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas (quarenta dias antes do Domingo de Ramos, Semana Santa e depois a Páscoa). Nesse momento o povo se vale da etimologia da palavra, carnevale, que pode significar que a carne vale naquele momento, ou seja, não precisa se abster da carne, pois a quaresma começa na 4º feira de cinzas aí sim se deve abster da carne e dos prazeres da carne durante o período que antecede à Páscoa.
No Verbete “Carnaval” na Enciclopédia Barsa se lê:

Não se sabe ao certo qual a origem da palavra carnaval. Na opinião de Antenor Nascentes, se aplicava originariamente à terça-feira gorda, a partir de quando a Igreja Católica proibia o consumo de carne. Outros etimólogos propõem como origem o baixo latim carnelevamen, modificado mais tarde em carne, vale! que significa “adeus, carne!” Carnelevamen pode ser interpretado como carnis levamen, “prazer da carne”, antes das tristezas e continências que marcam o período da Quaresma.

Nem sempre foram aceitas as festividades carnavalescas pela Igreja Católica e muito menos por outras congregações religiosas cristãs. As atitudes desregradas e as apologias não são aceitas pelo cristianismo e evidentemente pela Igreja Católica o que ainda causam litígios constantes na “passarela do samba” nos desfiles das “escolas” por causa de situações que deixam conflitos entre ambos. Apesar de tudo há uma certa tolerância por parte da Igreja, e é ela própria que define a data para o início da quaresma e portanto para o carnaval ou “carne vale” antes da quaresma. Esta festa do carnaval que acaba em penitência, na tristeza das cinzas.

Onde Surgiu o Carnaval?
Sua origem na verdade é obscura, acredita-se que tinha relação religiosa em honra ao ressurgimento da primavera (hemisfério norte). E mais provavelmente e historicamente (tempos depois) teve seu apoio em celebrações de caráter orgíaco a exemplo das bacanais e das saturnais romanas. Portanto sua origem “recente” é pagã, mas foi se abrandando,  Como está no verbete na Barsa:
A origem do carnaval é também objeto de controvérsia, mas tem sido frequentemente atribuída à sobrevivência e evolução do culto de Ísis, das bacanais, lupercais e saturnais romanas, das festas em homenagem a Dioniso, na Grécia, e até mesmo das festas dos inocentes e dos doidos, na Idade Média. Por sucessivos processos de deformação e abrandamento, essas festas teriam dado origem aos carnavais dos tempos modernos, como os que se realizam em Nice, Paris, Roma, Veneza, Nápoles, Florença, Munique e Colônia. Independentemente de sua origem, é certo que o carnaval já existia na antiguidade clássica e até mesmo na pré-clássica, com danças ruidosas, máscaras e a licenciosidade que se conservam até a época contemporânea.
O Carnaval na Época do Renascimento e tempos modernos

Na modernidade o carnaval perde suas características originais e deixa de ser uma festa com outros propósitos a não ser o da diversão. (No final deste texto apresento que algo parecido ocorre com a data do Natal – 25 de dezembro)

Introduzido pelo papa Paulo II, o baile de máscaras começou a fazer sucesso nos séculos XV e XVI, na Itália e também na França, onde sobreviveu durante a revolução francesa e depois dela, com um período de renascimento entre 1830 e 1850. Ainda no século XIX, em Londres, ficou famoso o baile promovido pelo Instituto Real de Pintores e Aquarelistas em 1884, quando os artistas ingleses se fantasiaram com máscaras dos mestres do passado ou de príncipes e monarcas amigos.

O carnaval transformou-se, assim, numa celebração ordeira de caráter artístico, com bailes e desfiles alegóricos, forma que iria aos poucos desaparecer na Europa, entre o final do século XIX e início do século XX. Essas características, no entanto, sobreviveram em carnavais de algumas cidades europeias, entre as quais Munique e Nice.

Como vemos o Carnaval teve uma origem paga, mas com o passar do tempo foi adquirindo outros propósitos e hoje a grande maioria dos foliões só veem no Carnaval uma festa popular para brincar, pular e se divertir.

O Carnaval no Brasil

O entrudo(1) português constituiu, no Brasil colonial e monárquico, a forma mais comum de brincar o carnaval. Consistia num folguedo violento: eram atiradas sobre as pessoas água, farinha, cal e outras substâncias que molhavam e sujavam o transeunte. Proibido no Rio de Janeiro pelo prefeito Pereira Passos, em 1904, e alvo de protestos na imprensa, o entrudo civilizou-se progressivamente até o aparecimento de outros instrumentos de brincadeiras: o confete, a serpentina e o lança-perfume.

O Carnaval Carioca

O Zé-Pereira (tocador de bombo) marcou época nos antigos carnavais do Rio de Janeiro. O sapateiro português José Nogueira de Azevedo teria sido o introdutor, em 1846, do hábito de animar a folia carnavalesca com zabumbas e tambores, percutidos em passeata pelas ruas. Meio século mais tarde, o ator Francisco Correia Vasques encenou uma paródia de Les Pompiers de Nanterre (Os bombeiros de Nanterre), na qual cantou a quadrinha que celebrizou o já consagrado personagem carnavalesco: “E viva o Zé-Pereira / Pois que a ninguém faz mal / Viva a bebedeira / Nos dias de carnaval.”

Sociedades carnavalescas

No carnaval como em qualquer outra atividade popular há e houve organizações com objetivos mais nobres.

As grandes sociedades que apareceram na segunda metade do século XIX não se limitavam aos desfiles carnavalescos. Seu prestígio se apoiava também em atividades sociais e políticas. Os integrantes das sociedades eram cidadãos participantes da vida nacional, abolicionistas e republicanos, e os grandes clubes funcionavam também como sociedades literárias e musicais. Nos chamados carros de crítica, tomavam posição contra abusos e erros das autoridades ou a propósito de questões em que a coletividade estivesse empenhada.

Escolas de samba

Algo “parecido” com as sociedades carnavalescas ocorrem em algumas escolas de samba do Rio de Janeiro, é o caso de escolas que promovem assistências sociais, cursos para a comunidade, e tantas outras atividades sociais em suas quadras. Também há escolas que promovem bons enredos com ensinamento histórico relevante, é feito um bom trabalho de pesquisas e é apresentado ao público um show inesquecível de cultura e maravilhas. Como disse “Joãozinho trinta” famoso carnavalesco do Rio de Janeiro a alegria é uma das maiores energias que o homem já conheceu. Em suas próprias palavras:

…depois da energia elétrica, que pôde fazer a revolução industrial, o que fez, depois da energia atômica, que pode fazer tudo, mas, também, acabar com tudo, eu acredito que a energia mais importante é a sua Vida – eu falo por experiência, com convicção -, que a mais importante energia da vida se chama alegria. A alegria é capaz de dinamizar, de energizar, a vida em todas as suas nuances. (2)

Lembrando um pouco as origens das escolas de samba no Rio de Janeiro…

A Deixa Falar, do bairro do Estácio, que reunia os sambistas Nilton Bastos, Ismael Silva e Alcebíades Barcelos (Bide), foi a primeira escola de samba do Rio de Janeiro, fundada em 1928. A praça Onze foi eleita pelos sambistas para as concentrações nos domingos e terças-feiras de carnaval. Logo se multiplicaram as agremiações, algumas das quais desapareceram com pouco tempo de existência e outras prosperaram, como a Estação Primeira, do morro da Mangueira; a Vai Como Pode, futura Portela, do bairro de Madureira, e outras.

Considerações finais e uma piadinha Cristã
O fato é que hoje as pessoas que brincam nas ruas, vão para os blocos de carnaval, para clubes com seus filhos, vão à Passarela do Samba assistir aos desfiles das suas “escolas” e tantas outras festividades; essas pessoas não têm nenhuma ideia da origem e da história do Carnaval, o que elas querem é brincar e se divertir.
Não entendo porque ainda há pessoas que dizem que o Carnaval é a festa do diabo, aliás em certa ocasião eu estava em um retiro espiritual no período carnavalesco e o padre contou a seguinte piada:
 
Um senhor disse para outro – dizem que o inferno é igual ao carnaval a carne vale, podemos fazer o que queremos, prazeres carnais à vontade, mulheres, música, bebidas à vontade etc. Se o inferno é assim eu quero ir para lá. Então esse senhor morreu e foi para o inferno, ao chegar lá o calor era tanto que ele ardia em brasas, era um calor infernal (claro estava no inferno). Bem o fato é que ele foi conversar com o capeta chefe. – olha meu “amigo”, me disseram que o inferno era igual ao carnaval e agora estou eu aqui nesse lugar muito diferente do “samba” que vivia no meu país, o que está havendo? O chefe do calorento recinto disse: meu camarada, aquele era apenas o departamento de marketing do inferno…
Uma Observação final!
Não esqueçamos que o dia de Natal, 25 de dezembro, também teve nessa data uma outra origem pagã, era a festa do Sol, o início do inverno no hemisfério norte.  Veja mais detalhes no Artigo> O que é Natal? Qual a Origem do Natal? Por exemplo em Roma, o Solstício do Inverno também era celebrado muitos séculos antes do nascimento de Jesus. Os Romanos o chamavam de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra durante o inverno.
 
Em 274 o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro, como “Dies Natalis Invicti Solis” (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor que ficava no espaço muito acima do frio do inverno na Terra. O início do inverno passou a ser festejado como o dia do Deus Sol.
 
Só em 350 e por decreto do papa Júlio I que o nascimento de Cristo passou a ser comemorado no dia 25 de Dezembro, substituindo a veneração ao Deus Sol pela adoração ao Salvador Jesus Cristo. O nascimento de Cristo passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do Dia do Nascimento do Sol Inconquistável.
 
E não por isso deixamos de comemorar esta data como se fosse a do nascimento de Cristo, por não sabermos qual é a data real do Nascimento do Mestre Jesus, modificamos uma outra “festa paga” para nossos propósitos cristãos, e quem é que se lembra disso?
Bem, acho que o que mais interessa é o coração da pessoa, aonde ele está, e qual é o seu propósito. Aliás há cristãos até dentro de igrejas com propósitos menos nobres do que alguns carnavalescos. Bom Carne vale!

Abraços do Benito Pepe.
Outros Links Interessantes:
 

Notas:

(1) “Entrudo” palavra que vem do latim introitu e significa entrada, pois a comemoração começava na entrada (início) da Quaresma.


(2) “Joãozinho trinta” – João Clemente Jorge Trinta – em entrevista para “Brasília em Dia”

 

Bibliografia

Barsa Planeta Internacional Ltda.
Enciclopédia Mirador

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Anonymous
15 anos atrás

Gosto de acreditar nos que atribuem à palavra carnaval uma origem profundamente religiosa, com um significado quase oposto ao da diversão, brincadeiras e malícia a que a associamos hoje em dia. Mas aprendam: O carnaval mesmo, rico, empolgante, magestoso, que atrai turistas para o Rio de Janeiro e arrecadações ao cofres públicos, só começou quando a estação 1ª de mangueira foi fundada.

Anonymous
15 anos atrás

nossa achei legal!Aprendi muito sobre o carnava.INGRID

kellen
15 anos atrás

nossa q legal adorei agora vou saber td sobre carnaval…

Docinho
15 anos atrás

para mim o carnaval e ruim e promto, prefiro assiste um bom filme alocado.

Anonymous
15 anos atrás

Nossa ameii esse site…Pelo contrarioO da ‘Docinho’ eu amoo pular u carnaval…ii naum fikr assistindo filme locado…:/

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