Uma Balança mostra o Peso da Meritocracia. Os Mitos da Meritocracia e da Competitividade.

Os Mitos da Meritocracia e da Competitividade tanto na Escola quanto nas Empresas

Vamos começar esclarecendo o termo Meritocracia, que pelo dicionário Aurélio, diz ser um Sistema (p. ex., educacional ou administrativo) em que os mais dotados ou aptos são escolhidos e promovidos conforme seus progressos e consecuções; sistema onde o mérito pessoal determina a hierarquia. Abordaremos Os Mitos da Meritocracia e da Competitividade.

A meritocracia

A Meritocracia então teria por objetivo premiar os “mais capazes” por seus próprios méritos e não por outro motivo seja relacional e/ou político. Mas será que isso ocorre sempre? vejamos então Os Mitos da Meritocracia e da Competitividade.

Dessa maneira precisamos refletir a questão da meritocracia nas empresas públicas e nas empresas privadas, será que há diferença entre elas neste ponto? E os alunos nas escolas enquanto estudantes e depois como competidores a vagas futuras, não só para entrar em uma universidade quanto para uma vaga de emprego, há competitividade aí?

A Competitividade

É obvio que quase sempre há uma competitividade natural no ser humano. Estas são situações que eu observo em sala de aula, nas empresas quando estou dando treinamentos e em minha própria empresa. Em toda situação em que há relações humanas há competitividade. Pelo menos neste nosso mundo ocidental nota-se uma competitividade e isso faz parte da cultura do “mundo do lado de cá”.

Quanto aos nossos alunos é interessante incentivar a mútua colaboração, mas chegará um momento em que eles estarão disputando uma vaga e concorrendo entre si, isto é um fato triste e real. Eles serão “números” e disputarão por números por toda sua vida, seja acadêmica ou empresarial.

Neste cenário encontramos muita gente capaz, dedicada, e que tem conhecimento mais que suficiente pra cursar tal cadeira na universidade, mas não entra. Não entra porque nem todos os que se esforçam nos estudos para passar no vestibular conseguem entrar em uma universidade Federal ou Estadual. O fato é que há um funil que só permite que entrem alguns, ainda que todos se esforcem ao extremo, só entrarão os “números” possíveis, ou seja, a quantidade possível de vagas, o que é uma coisa vergonhosa, pois ainda que você tenha todos os conhecimentos necessários e suficientes pra cursar tal cadeira na universidade escolhida, você estará concorrendo com outros e só entram os que obtiverem as “maiores pontuações”. Você é um número e quase sempre dependerá dos seus números.

No mercado de trabalho

Esta situação continuará quando você estiver no mercado de trabalho e isso é mais transparente para o pessoal de venda e de produção de um modo geral. Os números é que vão dizer quem você é, você é e será medido por seus números, neste caso por teus resultados financeiros, por exemplo.

Voltando ao caso dos alunos, de fato isso é uma vergonha, pois se temos alunos “capacitados”, por que eles não podem ingressar em uma universidade gratuita? Onde está a meritocracia neste caso? O aluno entra na universidade por mérito ou porque teve condições de fazer um excelente pré-vestibular muitas vezes bem caro e que lhe deu “macetes” para passar e entrar em tal instituição?

Outro fato a se considerar é que muitos alunos ficam nervosos na hora de uma prova, principalmente em uma avaliação tão importante para o seu “futuro promissor”. Seria mais interessante e maravilhoso se todos os alunos que não podem pagar universidades de bom nível e caríssimas, pudessem entrar nas universidades Federais ou Estaduais tendo seu ingresso automatizado por sua aprovação no 3º ano do ensino médio. Para isso precisaríamos apenas construir mais universidades ao invés de construir presídios ou outras instituições politicamente imorais.

Sempre há os diferentes

Não obstante a tudo isso exposto é evidente que sempre vai haver as diferenças e os indivíduos com mais habilidades para uma ou outra atividade. Nós somos diferentes e temos aptidões e vocações diferenciadas, cabe a nós próprios, aos nossos amigos, professores e familiares, identificar ao que devemos nos empenhar.

Em uma empresa, em uma sala de aula, em uma família, ou seja lá em que lugar e posição você esteja na sociedade, não se pode tratar os desiguais com igualdade, como se tenta fazer na “justiça” que se diz Cega. Não podemos “punir” com o mesmo rigor um ladrão de galinhas como se fosse um ladrão de diamantes, os dois estão cometendo o mesmo delito, no entanto há uma diferença de Valor em todos os sentidos no produto do furto.

Premiar ao invés de punir

Da mesma maneira há que se pensar o inverso de punir, ou seja, o “Premiar”. Não podemos ter a mesma medida de avaliação para um funcionário prestativo, cumpridor de seus horários, colaborador com os colegas, eficiente e eficaz em suas atribuições etc. da mesma maneira que fazemos com aquele que preenche apenas algumas dessas qualidades. Temos que procurar ser justos com nossos colaboradores e saber tratar os desiguais com desigualdade e os iguais com igualdade.

Com relação aos alunos deve ocorrer a mesma coisa, aquele aluno que colabora com os colegas, que é cumpridor dos horários, é participativo em sala de aula, tem bom desempenho nas provas etc., deve ser premiado e isso se dá, por exemplo, com as notas.

Outro resultado preponderante é o exemplo que podemos tomar através de um bom colaborador ou aprendiz. Quando o premiamos podemos aproveitar para tornar seus exemplos públicos. Com perguntas do tipo: o que você fez para conseguir esse resultado?  Aproveitamo-nos da sua experiência e passamos para os demais a fim de que os outros busquem a Evolução e se espelhem nos bons exemplos.

Os seres humanos são especiais

Quando falamos em “seres humanos” ou “pessoas” devemos lembrar que o que faz um “ente” ser uma pessoa é essencialmente a possibilidade de se Relacionar, e é através da linguagem e da comunicação que o homem se torna um ser social e pode ser chamado de ser humano. Neste ponto enfatizo a facilidade de socialização que alguns têm mais, outros menos. As Inteligências nos seres humanos são múltiplas, mas poderíamos dividi-las essencialmente em três categorias: QI – quociente Intelectual; QE – quociente emocional; e QS – quociente Espiritual do inglês “spiritual quotient”.

Bem, para um relacionamento pleno e portanto um resultado eficiente e eficaz tanto na escola quanto no trabalho o individuo pode e deve desenvolver estas três inteligências e assim minimizar o confronto ao se depara com os Mitos da Meritocracia e da Competitividade.

Estamos todos na mesma Nave Espacial

Dessa maneira e por acreditar no ser humano acho que todos deveríamos nos lembrar e nos conscientizar que fazemos parte da mesma Nave Espacial, ou seja, o Planeta Terra. E como estamos na mesma Nave, ainda que seja um processo natural do homem competir, precisamos acima de tudo colaborar uns com os outros com toda força e dedicação para que esta Nave não Caia. Então usemos nossas Inteligências com Inteligência… Para esses que assim o fazem o Mérito Sempre Virá.

Espero ter conseguido falar bem dos Mitos da Meritocracia e da Competitividade. E você o que pensa disso, deixe seus comentários.

Abraços do Benito Pepe

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Jose Maria Dias
12 anos atrás

Meritocracia (do latim mereo, merecer, obter) é um sistema de governo ou outra organização que considera o mérito (aptidão) a razão para se atingir determinada posição. Em sentido mais amplo, pode ser considerada uma ideologia. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento e entre os valores associados estão educação, moral, aptidão específica para determinada atividade. Em alguns casos, constitui-se em uma forma ou método de seleção.

A meritocracia está associada, por exemplo, ao estado burocrático, sendo a forma pela qual os funcionários estatais são selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade (através de concursos, por exemplo). Ou ainda – associação mais comum – aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas, nos quais não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas propostos. Assim, meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal.A palavra vestibular vem do latim vestibulum, que significa entrada. Antigamente usava-se a expressão “exame vestibular” (exame de entrada), com o passar do tempo passou-se a usar apenas “vestibular” para designar esse tipo de prova.

Até o início do século XX, as universidades brasileiras eram ocupadas por estudantes de colégios tradicionais como o Dom Pedro II no Rio de Janeiro. Com o aumento da procura, que ultrapassou o número de vagas disponíveis, o então Ministro da Justiça e dos Negócios, Rivadávia da Cunha Corrêa, instituiu o vestibular no Brasil, em 1911.

As provas eram escritas e orais, continham questões de língua portuguesa, língua estrangeira, ciências (matemática, física e química) e conteúdo do primeiro ano de faculdade, onde os alunos recorriam a aulas especiais para estudar as matérias específicas, daí o surgimento dos cursinhos.

Nos anos 60 as provas das universidades federais eram realizadas todas no mesmo dia, o que impossibilitava o aluno de concorrer a mais de uma vaga em universidades do país, a não ser pelo vestibular unificado (um mesmo vestibular para várias instituições), que também surgiu nessa época. Eu particularmente acho o vestibular uma maneira de descriminar os indivíduos e o favorecimento a alguns, pois na hora da prova de seleção, vai depender, do estado emocional de cada um. Pois quando abre-se a janela da emoção, é disparado o gatilho do sistema nervoso, e a mente começa a embaralhar as cartas do jogo emotivo, e tudo aquilo que um brilhante estudante aprendeu durante todos os anos de esforços, pode apagar-se de repente, por força de uma noite mau dormida pensando na prova do dia seguinte, pois afinal de contas, sua pretensão representava mais do que seu futuro, e sim sua vida profissional.
Quanto ás promoções no campo de trabalho, é claro que existem aqueles que se submeteu a provas de seleção para determinado cargo, como também existem os que alcançaram por merecimentos. Voltando ao assunto vestibular, acho que os governos lucrariam muito mais e a evolução do País seria muito maior, se fossem abertas as portas da educação para quem realmente deseja estudar, acabando com o tabu dos vestibulares. É este o meu pensamento meu caro amigo Benito, e aquele abraço.

Benito Pepe
12 anos atrás

Olá JM Dias, obrigado pelo comentário e que ajuda a complementar meu texto, valeu! (Observamos que parte do seu comentário é retirado da Wikipédia, fica assim a fonte apresentada)

Abraços, Benito Pepe

Adérito
12 anos atrás

Esta discussão está ocorrendo na rede municipal de ensino pois a gestão atual está focada exclusivamente na meritocracia.

Benito Pepe
12 anos atrás

Olá Adérito, que boa esta tua elucidação, este é um assunto que eu desconhecia na rede municipal, acredito que você refira-se ao Rio de Janeiro. Bem, de qualquer maneira a meritocracia, no caso do ensino municipal, estadual ou federal, teria que ser lembrado de (ou por) alguns movimentos: 1. Aluno; 2. Professor; 3. Diretorias e administração da escola em si; 4; Governos e incentivos (ou não) em todos os sentidos. (pode inverter a ordem apresentada).

Bem, deixo aqui estes aspectos para provocar a tua ou a de quem queira manifestar-se quanto a estes pontos. Podemos estender o assunto também para a “rede privada” e para as empresas publicas e privadas.

No mais, compartilhe conosco trazendo os pontos que estão sendo debatidos quanto à rede municipal, pode ser?

Abraços, Benito Pepe

Tertuliano
12 anos atrás

A cultura latino-americana tem uma tendência natural a negar o mérito e importância do ser competitivo. A perspectiva que deve existir quanto ao primeiro conceito é a entrega de valor a sociedade – quem entrega valor deve ser mais recompensado por isso. Doutro lado o imperativo da sociedade capitalista, a competição, enquanto instrumento relacional importante para a liberdade da iniciativa e da conquista do bem valioso, é assaz relevante a formação e socialização dos indivíduos. É necessário saber competir para produzir valor e alcançar as recompensas. De modo é um equivoco negar ou repudiar seja no ambiente escolar ou empresarial o reconhecimento do mérito e da importância da competitividade.

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