Alguns símbolos, ferramentas, lâmpadas, autofalante, celular entre outros com a frase Escola Estruturalista. O estruturalismo na Filosofia.

O estruturalismo na Filosofia (1.4)

Continuando…

No que tange ao Estruturalismo em Filosofia, não podemos destacar um nome específico, mas alguns nomes são importantes embora eles próprios não se julguem estruturalistas. Poderíamos citar entre eles: Michel Focaut (1926-1984), Jacques Derrida (1930-2004) e Gilles Deleuze (1925-1995).

No estruturalismo tira-se a ideia de sujeito isolado e o põe em uma condição de Estrutura, (em efeito dessa rede) e as possibilidades desse sujeito são margeadas neste sistema – são as redes, estruturas que fazem um sujeito pensar desta ou de outra forma – . É o que fala Focault com relação ao poder por exemplo, não há um lugar prévio para o poder o poder circula como a língua circula. Como nos diz Reale (2006)

 

Os estruturalistas pretenderam inverter a direção em que andava o saber sobre o homem, decidindo destronar o sujeito (o eu a consciência ou o espírito) e suas celebradas capacidades de liberdade, autodeterminação, autotranscendência e criatividade em favor de “estruturas” profundas e inconscientes, onipresentes e onideterminantes, isto é, de estruturas onívoras em relação ao “eu”. E isso a fim de tornar científicas as “ciências humanas” (p.82).

Os sujeitos estão se construindo a todo tempo neste sistema, nesta estrutura. E poderíamos questionar: que tipo de “sujeito” nasce na Internet de nossos dias, com vários nicknames? E que “indivíduos” são estes que circulam pelas ruas, centros comercias e onde quer que vá está sendo filmado com câmeras por todo lugar? E que “pessoa” é esta que usa um dinheiro digital (cartão de crédito ou débito) e é localizado instantaneamente esteja onde estiver em qualquer lugar do mundo? E os celulares com GPS, e etc.? Enfim Buscamos a nossa liberdade e conseguimos a nossa prisão. Estamos certamente dentro de uma “estrutura”, uma “cadeia” virtual.
 
Derrida diz que tudo o que nós encontramos na língua são diferenças – os sons precisam ser diferentes, a língua é um sistema de diferenças, necessita que haja diferenças entre os conceitos.
Só existe língua porque há diferença entre os sons, entre os fonemas.
A questão do tempo em Derrida: pensar a diferença é pensar o tempo – o espaço entre as letras e o tempo; a diferença entre as culturas e o tempo etc.
A linguagem é um jogo (xadrez por exemplo) basta o movimento de uma peça para mudar o cenário do jogo. Compara-se a posição do sujeito na posição social como uma peça do jogo de xadrez.
 
O que procuramos destacar quanto ao estruturalismo na filosofia é o fato destes filósofos dizerem de várias maneiras que o “sujeito” está “moldado” em um quadro ou ligado a uma estrutura. Deleuze também não foge à regra; por exemplo quando cria o conceito de “Desterritorialização(3)”. Estes filósofos também têm em comum uma espécie de engajamento político, em outras palavras uma prática filosófica.
 
Finalizando este tópico gostaríamos de destacar o que Focault fala em As palavras e as coisas sobre as estruturas epistêmicas da história do saber ocidental e que é relembrado por Reale (2006)
Em fins do século XVIII, o saber assume novo aspecto: ele não se detém nem se reduz à representação do visível, mas busca nova dimensão do real, ou seja, a da estrutura oculta. O pensamento e o saber se retraem do âmbito da representação visível para sondar o das estruturas ocultas. Assim, por exemplo, é a estrutura da linguagem ou o sistema gramatical que dá sentido as palavras; é a função biológica que se torna o princípio da classificação dos seres vivos na anatomia comparada (…) (p.88).

As estruturas modificam-se vagarosamente com o tempo e os sujeitos se “acomodam” às novas estruturas.

Com René Descartes (1596-1650) por exemplo, a razão surge com força quando se nota que a ilusão dos sentidos nos fazia pensar que a terra era imóvel, como isso se mostrou falso, assim vê-se a necessidade de se basear na razão e não nos sentidos. A razão seria um local de segurança, assim o apoio não era mais nos sentidos, não era mais empírico, mas agora a própria razão.

E poderíamos completar que agora não são mais apenas as observações astronômicas que têm um valor máximo, mas também se desenvolve ainda mais e de maneira nunca antes imaginada as “estruturas ocultas do universo”. Como Veremos a seguir.

Mas também não podemos desconsiderar a chamada “Crise da Razão”, que ocorre principalmente depois destas grandes guerras mundiais, e que questionam até a própria possibilidade de um conhecimento científico, como nos lembra Delacampagne (1997).

Abraços do Benito Pepe

 

 


Referências bibliográficas
 
DELACAMPAGNE, Christian. História da filosofia no século XX; tradução, Lucy Magalhães. 1. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia, Vl 7: de Freud à atualidade; tradução de Ivo Storniolo; 1.ed. São Paulo: Paulus, 2006.

Nota:


(3) A Desterritorialização é uma saída do “território”. Este é um conceito de Deleuze e Guattari. Mas este processo requer “naturalmente” uma Reterritorização, ou seja a “criação” de um outro novo Território. (mas este conceito é mais amplo do que pode parecer em princípio, não está propriamente ligado a apenas um território físico).
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