Funcionário em uma mesa com vários objetos. Inteligências Aplicadas no Ambiente de Trabalho

Inteligências Aplicadas no Ambiente de Trabalho

Na prática sabemos que existem várias formas de inteligência nos seres humanos, cada um possui uma melhor habilidade em determinada coisa. Podemos reunir essas diversas inteligências em três grupos, que já são conhecidos e estudados em nosso mundo contemporâneo. São elas: o tradicional QI – quociente de inteligência, o recente QE – inteligência emocional e por fim os estudos mais recentes ainda que falam da QS – inteligência espiritual.
Vamos discorrer um pouquinho sobre cada uma delas:
QI – Quociente de Inteligência
 
Aptidão para números, compreensão verbal, rapidez de percepção, raciocínio indutivo, raciocínio dedutivo, visualização espacial e memória, são exemplos de habilidades intelectuais nos indivíduos. Cada uma destas habilidades propicia um melhor desenvolvimento profissional para os que conseguem reconhecer onde são melhores e utilizam estas habilidades em seu ambiente de trabalho.
Conforme comenta Robbins (2002) “ao contrario do que aprendemos na escola, não fomos criados todos iguais, a maioria de nós está à esquerda da mediana em alguma curva de distribuição normal de habilidades.” (p.34). Robbins quer dizer com isto que nós somos diferentes uns dos outros e que não adianta um imenso esforço para executar tarefas às quais não tenhamos uma habilidade mínima. Da mesma forma é evidente que existem outras habilidades às quais nos destacamos de outras pessoas e é ai que devemos atuar. Cabe ao pequeno empresário procurar perceber em sua equipe quais são as habilidades de cada funcionário, e como já se diz há muito tempo, colocar cada pessoa no seu posto adequado.
 
Por diversos fatores nota-se nas pequenas empresas, via de regra, pessoas com QI no sentido geral, mais baixo, porém como na prática o que deve definir o QI não é o nível apurado em testes, mas as habilidades para as tarefas que o individuo terá que executar. No caso das pequenas empresas normalmente se executam diversas tarefas em uma função única, o que demonstra uma imensa capacidade de adaptação deste pessoal que via de regaras aprende mesmo é na prática.
QE – Quociente de Inteligência Emocional
Por conta da evolução da humanidade e para chegarmos em nosso estágio mais racional, o nosso cérebro precisou de muitos milênios. Mas, como se sabe, tivemos uma grande contribuição através do uso das nossas emoções para chegarmos aos dias de hoje. Foi por causa das emoções, por exemplo, que sentíamos medo e com isso fugíamos do perigo. A própria raiz da palavra emoção vem do latim movere – mover – acrescida do prefixo – e – que significa afastar-se o que indica que em qualquer emoção está implícita uma propensão para um agir imediato.
 
Portanto diferentemente do que muitos pensam, as emoções segundo Goleman (1995), podem e devem ser afloradas no ambiente de trabalho e são benéficas em todos os sentidos, tanto no profissional, como na vida sentimental, e nos ajudam nas tomadas de decisões, desde que seja encontrado o equilíbrio entre o racional e o emocional. Como diz Goleman. Há muitos indícios que atestam que as pessoas emocionante competentes – que conhecem e lidam bem com os próprios sentimentos, entendem e levam em consideração os sentimentos do outro – levam vantagem em qualquer coisa na vida, seja nas relações amorosas e intimas, seja assimilando as regras tácitas que governam o sucesso na política organizacional. As pessoas com prática emocional bem desenvolvida têm mais probabilidade de se sentirem satisfeitas e de serem eficientes em suas vidas, dominando os hábitos mentais que fomentam sua produtividade; as que não conseguem exercer nenhum controle sobre sua vida emocional travam batalhas internas que sabotam a capacidade de concentração no trabalho e de pensar com clareza. (p.48).
 
Até pouco tempo antes, procurava-se muito separar a emoção da razão no ambiente de trabalho, acreditava-se que no trabalho deveria prevalecer o raciocínio lógico e a razão, e deveria separar-se as emoções, os sentimentos. Os problemas particulares do individuo deveriam ficar fora da empresa ao entrar nela, e ao sair, deixar os problemas da empresa lá dentro. Ocorre que este fato não sucede, nós somos seres racionais porém também emocionais. Não se pode, em um passo de mágica, separar um do outro. É portanto necessário que no ambiente de trabalho se procure ouvir, ter empatia com os demais colegas e ajudar quando possível. Na verdade nas pequenas empresas observamos, via de regra, uma maioria no quadro de pessoal mais emotiva do que em empresas maiores onde se gera mais frieza.
Não pretendemos aprofundar o tema, mas deixar claro que concordamos com a tese de Goleman, a qual diz que somos seres emocionais, e portanto não podemos desprender isto dos funcionários de nossas empresas.
Observamos também que muitas vezes os trabalhadores de QI menores são os mais produtivos e por reconhecerem suas dificuldades de aprendizado, se esforçam mais e acabam sendo melhores funcionários do que outros que não possuem tais dificuldades intelectuais. Como Goleman diz “o que faz a diferença são aptidões aqui chamadas de inteligência emocional, as quais incluem autocontrole, zelo e persistência, e a capacidade de automotivação.” (p.12).
 
Outros fatores também muito importantes e mencionados por Goleman em seu livro, e que verdadeiramente observamos ocorrer nas empresas, são as consequências quando de um ambiente alegre. Quando o ambiente é alegre ou seja transmite-se alegria aos funcionários, se ri no trabalho, contanto uma piadinha por exemplo, cria-se um clima de informalidade, isto faz com que as pessoas trabalhem melhor, encontram mais facilmente as soluções para os problemas e surge um clima onde facilmente os clientes externos percebem uma empresa alegre e viva, e com isso cria-se um feedback entre o público interno e este público externo, além da sinergia que ocorre na empresa propiciando um clima de cooperação e boa comunicação, fatores preponderantes para um bom marketing interno.
QS – Inteligência Espiritual
A ciência evolui em diversos conhecimentos da humanidade, e da mesma forma que com experimentações científicas chegaram-se a teorias e conceitos, a partir de conhecimentos ou conceitos populares chega-se a experimentações e estudos científicos. Um destes casos e que já é mencionado por alguns autores é a questão espiritual no comportamento das pessoas nas empresas. E neste campo completa-se e às vezes contrapõe-se a inteligência intelectual com a emocional e se dá importância a esta nova questão espiritual. Por exemplo Brum (2003) comenta.
Isso nos mostra que não são as pessoas inteligentes e que possuem as melhores condições que vencem na vida e, sim, as mais motivadas.
Não é por acaso que as maiores empresas americanas e europeias estão cada vez mais voltadas para a espiritualidade. (p.40).
 
Conforme os estudos de Zohar e Marshall em seu livro Inteligência Espiritual (2002), eles comentam que “Em condições ideais, as três inteligências básicas funcionam juntas e se apoiam mutuamente.” (p.20). Embora as três formas de inteligências possam funcionar separadamente, tendo domínio uma sobre a outra.
 
Quando se fala em inteligência espiritual não se fala necessariamente em religião, segundo Zohar e Marshall existem pessoas muito religiosas mas com um baixo QS, enquanto que outras até ateus com alto QS.
A inteligência espiritual está acima de conceitos, regras ou dogmas religiosos está na essência da vida neste planeta, está no sentido do por que vivemos, por que trabalhamos. Está na essência da alma humana. Segundo Zohar “A cultura moderna é espiritualmente atrofiada… perdemos o senso de valores fundamentais… Estamos cegos para os níveis mais profundos de símbolo e sentido que inserem nossos objetos, nossas atividades e nós mesmos em um marco existencial mais amplo.” (p.38).
 
De qualquer forma é evidente que é mais fácil que encontremos nas pessoas, que quando religiosas, mas não fanáticas, possuam uma satisfação maior na vida e no trabalho. Pois para os que acreditam em algo transcendental, algo não visível, acreditam em algo além do material e acreditam portanto em uma vida espiritual, estes possuem um sentido maior para sua existência. É também comprovado pelos estudos de Zohar e Marshall que funções diversas agem no cérebro de formas maravilhosa nestas pessoas quando estão falando de religião ou estão em oração ou meditando.
 
Estas pessoas alcançam melhores resultados em sua vida pessoal, profissional e também na saúde, que mais facilmente superam problemas físicos.

Exemplos de indivíduos religiosos e que, talvez por isto, foram grandes líderes, justificam o pensamento de Zohar como ela exemplifica.
Grandes figuras do século XX que são ou foram líderes servidores óbvios incluem Mahatma Gandhi, madre Teresa e Nelson Mandela. Todos eles foram grandes líderes espirituais, bem como servidores de suas sociedades. O Dalai Lama constitui outro exemplo evidente dessa liderança e é por esse motivo que sua liderança inspira não só tibetanos e budistas, mas também grandes segmentos da humanidade em geral. (p.50). A motivação encontrada para seguir em frente, superar os obstáculos da vida e do trabalho, é mais facilmente percebida por aqueles que tem um alto nível de QS. Diversos estudos citados por Zohar também demonstram que a meditação diminui o estresse do cotidiano e consequentemente favorece um clima de trabalho mais agradável e produtivo.
 
Na pequena empresa não observamos muitas pessoas que se aprofundem neste campo, mas muitos que possuem fé, embora não a pratiquem. Porém o que analisamos é que sem dúvidas quando há pessoas religiosas ou com alto nível de QS, contagiam aos demais colegas e influem nos relacionamentos e no ambiente das empresas.
Neste campo das diversas inteligências humanas, pudemos concluir, como já mencionado, que muitas vezes elas agem separadamente e independente uma das outras e algumas pessoas se superam em uma ou outra “qualidade de inteligência”, mas quando a pessoa consegue reunir as três inteligências em comunhão está verdadeiramente no apogeu do sucesso em todos os sentidos de sua vida, tanto profissional como sentimental e social.
Por Benito Pepe

Clique aqui e Veja este texto completo em: Ambiente de trabalho e o Marketing Interno (ou Endomarketing).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRUM, Analisa de Medeiros. Respirando endomarketing. 2.ed. Porto Alegre: L&PM, 2003.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. 36.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS: Inteligência Espiritual. 2.ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
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[…] alguns pontos relacionados à inteligência no trabalho, para isso leia minha postagem: Inteligências Aplicadas no Ambiente de Trabalho Abraços do Benito Pepe Próximo tópico: De quem é a responsabilidade pela qualidade de Vida no […]

[…] elas frutos de estudos científicos.  (Se você quiser ver mais deste assunto leia >> “Inteligências Aplicadas no Ambiente de Trabalho”) Estas Inteligências basicamente se resumem no QI que é a inteligência como comumente se […]

Jeane Freitas de Andrade
13 anos atrás

Preciso de orientação: Estou fazendo pós em Metodologia do Ensino Superior, tenho interesse em fazer a monografia sobre inteligências aplicadas na area de trabalho, poderia me sugerir bibliografia e sugestões para delimitar o tema?
Agradeço antecipadamente

Benito Pepe
13 anos atrás

Olá Jeane você poderia falar um pouco sobre as várias inteligências conhecidas ou delimitar exatamente nessas três inteligências que eu menciono, ou seja, o QI, coeficiente de inteligência, o QE a inteligência emocional e o QS a inteligências espiritual. Para isso você pode usar os livros que cito na bibliografia, vá seguindo os links e veja todo esse meu texto, ele é bem amplo e tem muita bibliografia que pode te servir. No mais, solicite orientação aos teus professores e ao próprio orientador da tua monografia. Basicamente para esta parte da minha monografia, que não foi especifica no assunto relativo às inteligências, eu usei esta bibliografia que consta acima ou seja:

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. 36.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS: Inteligência Espiritual. 2.ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Sugiro também que você dê uma lida no meu texto: O que é preciso para ser um bom vendedor (aqui eu volto a falar dessas inteligências) >>veja o link>> https://www.benitopepe.com.br/2010/07/11/o-que-e-preciso-para-ser-um-bom-vendedor-um-vendedor-de-sucesso/

Bom trabalho, qualquer dúvida volte á vontade, ok?
Abraços do Benito Pepe

[…] falamos em Deus, estamos falando de uma atenção que precisamos dar ao nosso QS (Quociente Espiritual) isto é algo que está cada vez menos priorizado na vida humana. Houve épocas em que o homem […]

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